PRESIDENTE DA UGT DENUNCIA O CADE

Há rumores no mercado, de acordo com uma reportagem da revista Exame que o Wal Mart negocia acompra do Carrefour. Na nota, se confirma o que nós, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) sabemos: “o Wal Mart  entendeu que não sabe operar se não for o líder”.  Leia-se: se não tivercapacidade de impor suas condições de compra aos seus fornecedores.
A UGT tem entre seus filiados o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, um dos maiores sindicatos do Brasil, e representa a imensa maioria dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio, de serviços e emsupermercados em São Paulo e no Brasil, por isso tem consciência do que está em andamento no Brasilque é a consolidação de um oligopólio nos setores de comércio e serviços. E atenta àresponsabilidade como central, a UGT denunciará essa formação ilegal de oligopólio ao CADE (ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica).
Veja a própria definição do CADE para oligopólioque é uma prática proibida por leiOligopólios – É o tipo de estrutura econômica no qual poucas empresas detêm a maior parcela do mercadode um determinado serviço ou produto e controlam os preços e a demanda de um grandenúmero de consumidoresCada uma das empresas envolvidas nesta prática deconcentração é bastante forte para influenciar o mercadomas não o é para desprezar areação de seus competidores.”
Vejamos então o que acontece bem debaixo das barbas do CADE semainda, uma manifestação deoposição do órgão e, conforme previsto em leicom consequências nefastas para os consumidores, ostrabalhadores e a sociedade.
Depois dos bancos acelerarem as incorporações, nas quais “poucas empresas detêm a maior parcela domercado de um determinado serviço ou produto e controlam os preços e a demanda de um grandenúmero de consumidores”, a ponto de hoje a população brasileira ser refém de um amontoado de taxasbancárias usadas para transferir e concentrar renda nas mãos dos banqueiros.  Prática anti-social quese acentua com a eliminação de postos de trabalho a ponto de a gente ver cada vez menos bancáriosocupados nas agências.
Seguiram-se aos bancos Itaú incorporando o Unibanco; Santander incorporando o Real, o Pão deAçúcar incorporando o Ponto Frio e em seguida as Casas Bahia. agoraconforme noticiado na revistaExame, o Wal Mart negociando a compra do Carrefour.
Por isso, a UGT vem a público para acionar o CADE para que se cumpra o que está previsto na Lei8.884/94:
“As finalidades essenciais da Autarquia estão estabelecidas na Lei nº 8.884/94, que dispõe sobre aprevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditamesconstitucionais de liberdade de iniciativalivre concorrênciafunção social da propriedade,defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.”
Ou seja, precisamos apenas que o CADE cumpra o seu deverPoiscaso se confirmem as fusões eaquisições em andamento, o que veremos é um arrocho sem precedentes dos grandes oligopólios (sim, é este o nomeque se formarão no setor de supermercados.
Num primeiro momentovão adotar as políticas de terra arrasada com seus fornecedores, jogando ospreços  embaixoporque são as únicas vias de distribuição das mercadoriasEm seguidavão agircomo os banqueiros e eliminar, aceleradamente, os postos de trabalho.
E no próximo passoassim como fazem os bancos oligopolizados, vão criar os seus “spreads” próprios,ou seja, estabelecer suas próprias taxas de lucro entre o preço pago por organizações oligopolizadas e a venda final, aos consumidores que serão reféns de suas lojas.
É contra a articulação na formação de oligopólios dos vários setores (supermercados e grandes redesde eletrodomésticos e eletrônicos), que a UGT vem a público se manifestar. E que vai até o CADE paraconseguir que as leis da livre concorrência capitalistapara as quais o órgão foi criado para fazerfuncionar, entrem, de fatoem vigor.

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

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